quarta-feira, 15 de abril de 2009

As Intermitências da Morte

"No dia seguinte ninguém morreu", este é o ponto de partida para um país onde não se morre, onde a morte deixou de matar. Num ambiente de cenário catastrófico e utópico, surgem novas questões que a sociedade terá que enfrentar. Sendo a morte a matéria-prima e num futuro sem morte, qual será o papel das agências funerárias? Dos Hospitais e lares de idosos? Das companhias de seguros com os seus planos de vida? E a religião fará sentido, sem existir a morte? A justiça, encontrar-se-á provida de fundamentos para actuar judicialmente? E os cálculos dos economistas, para no futuro pagarem as reformas e pensões a tantos milhões de pessoas?... Um quadro aterrador e emocionante, cenário de caos que termina numa paixão assolapada.

As Intermitências da Morte de José Saramago é um livro sarcástico, dotado de um humor negro que nos faz esboçar uns sorrisos de soslaio mesmo que o leiamos publicamente.

E se a morte vestisse a pele de uma mulher bonita, vistosa, caprichosa, estrondosa? Capaz de amar e ser amada intensamente, capaz de… “E no dia seguinte ninguém morreu”.

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