
É demencial ver aquela azafama, por entre, dobragem de cobertores e tirada dos cartões que substituem os confortáveis colchões. O turbilhão do desmantelar e apagar os vestígios de uma noite ali dormida. O cheiro a urina! Mijo! As garrafas vazias, a ressaca do outro dia, o vómito, a pobreza de espírito, de alma. A pobreza económica, boémia, a pobreza da carteira, da droga, da imigração e da exclusão. A pobreza camuflada, a pobreza das pobrezas…
Os sacos com os haveres de cada um, as suas “casas portáteis”, empilham-se por entre a calçada portuguesa. A florista chega e apronta a sua banca de venda de flores, os serviços públicos acordam e assim, acorda a “pobre cidade” também. É triste ver a pobre cidade acordar assim e agora com a requalificação da Praça do Comércio, será que se vai equacionar uma alternativa para esta decadente problemática?
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